notícias

Voltar para notícias 

MEI debate participação industrial nas cadeias de valor

25/07/2014


O Brasil ainda enfrenta dificuldades que limitam a participação do setor produtivo em cadeias globais de valor. Entre elas, estão os elevados custos de produção, baixa produtividade do trabalho, produtos e serviços pouco inovadores, baixos índices de internacionalização das empresas brasileiras e pouca participação do país em acordos internacionais de comércio.

A busca por soluções para superar esses entraves foi debatida na primeira edição do Diálogos da MEI – rodada de discussões que irão aprofundar os temas da agenda da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). O encontro de estreia foi nesta quinta-feira (24), na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, e reuniu 50 convidados entre representantes da indústria e do governo federal.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, abriu a sessão e salientou o fortalecimento do trabalho da MEI com discussões mais técnicas a fim de aprimorar as propostas de políticas públicas de inovação. "Os cenários que se desenham são de estagnação, e nós precisamos continuar trabalhando contra isso. Essa nossa iniciativa vai ao encontro das propostas com as quais temos trabalhado ao longo dos anos", disse Braga de Andrade.

Já Pedro Wongtschowsi, executivo do Grupo Ultra, falou sobre a importância de o país tornar-se um player mais competitivo e inserido em cadeias globais de valor. "O Brasil só vai conseguir fazer parte dessas cadeias por meio de inovação e tecnologia. O fundamental é agregar mais valor aos produtos para poder crescer economicamente, se integrar e exercitar a competitividade", analisou.

Por enquanto, a participação do Brasil ainda é baseada em bens primários, enquanto os países desenvolvidos entram com inovação, design, pesquisa e desenvolvimento, marketing e distribuição. Entre os benefícios inseridos nas cadeias globais de valor apresentados por Wongtschowsi, estão a ampliação das taxas de crescimento econômico, atração de investimentos estrangeiros, modernização em processos e da matriz industrial.

Para o presidente da Agência Brasileira de Inovação (Finep), Glauco Arbix, o principal desafio é a qualidade do investimento brasileiro. Segundo ele, o país está conceitualmente pronto para avançar. "Nós só temos que arregaçar as mangas para aumentar a ambição tecnológica nas empresas que precisam investir mais e, principalmente, inovar mais", disse.

Glauco Arbix antecipou a notícia do lançamento do Finep 30 Dias, programa para instituições de ciência e tecnologia que, a exemplo das empresa, também terão 30 dias para a análise de projetos para financiamento. O programa será anunciado no dia 4 de agosto, no Rio de Janeiro.

CASE DE SUCESSO– Convidado especial do primeiro Diálogos da MEI, Karan Bhatia, vice-presidente e conselheiro-sênior de Assuntos Governamentais Globais e Políticas Públicas da General Electric (GE) trouxe exemplos e conceitos trabalhados pela empresa, que é referência em inovação.

Segundo ele, a inovação precisa ser simultaneamente localizada e globalizada. "Mais do que nunca, a inovação localizada precisa atender a necessidades específicas do mercado. Já no campo globalizado, o desafio é aprender a mesclar talentos, ideias e conhecimentos em todo o mundo", pontuou Bhatia.

O executivo destacou, também, o trabalho conjunto dos setores privado e público para o estímulo às atividades inovativas. "É preciso enxergar que, por meio da inovação, nós podemos melhorar a vida das pessoas, o bem estar social como um todo", concluiu.

Fonte: CNI - 24/07/2014