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O ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, propôs que um percentual das verbas da exploração do petróleo seja direcionado para as atividades de ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Na avaliação dele, o setor foi marginalizado do benefício quando o Congresso Nacional regulamentou o pré-sal. O dirigente da pasta reabriu a discussão sobre o uso desses recursos em fóruns de autoridades e especialistas da área, para poder enviar brevemente ao Parlamento uma proposta de emenda sobre o assunto.

"Cometemos o erro, o governo e as lideranças, de, ao regulamentar parte do pré-sal, destinar verbas apenas à saúde e educação, como se as duas pudessem existir sem ciência e tecnologia”, afirmou o ministro. "Na primeira reunião que fiz aqui no ministério, pedi a elaboração de uma proposta de quanto do pré-sal queremos para ciência, tecnologia e inovação. Precisamos dizer quanto queremos, por que e o que alcançaremos”, ressaltou.

Segundo Rebelo, será preciso produzir um projeto que determine um percentual para o setor, para distribuir isso entre as atividades de ciência, desenvolvimento tecnológico e inovação. "O projeto terá que ter também uma promessa de resultados. Temos estatísticas preocupantes: nos últimos dez anos, o Brasil, na contramão do mundo, gerou 21 milhões de empregos. Só que 96% deles são empregos de até 1,5 salário mínimo. Apenas 4% são até dois mínimos. Perdemos 4,9 milhões de salários de mais de dois mínimos”, explicou.

Conforme as informações apresentados pelo ministro, foram perdidos principalmente os empregos voltados à área de alta tecnologia, para ganhar no setor de baixa tecnologia. "A estatística do MDIC [Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior] sobre a complexidade dos produtos exportados mostra uma alteração na balança: estamos perdendo exportação em alta tecnologia e ganhando em baixa-média tecnologia, como papel, celulose”, completou.

Agência Gestão CT&I - 09/03/2015