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Brasil se prepara para a indústria do futuro

22/03/2016


A manufatura avançada, ou Indústria 4.0, que vai reconfigurar a economia no mundo com controle em tempo real dos meios de produção e previsões, otimização de recursos e maior eficiência de processos e intensidade de comunicação com o modelo de produção e realocação profissional. Esses foram os temas abordados pelo pesquisador Jefferson Gomes, professor do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA) e diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), no Workshop Manufatura Avançada, realizado no último dia 16, na Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), com o objetivo de inserir o Brasil nesse novo cenário.

O tema foi debatido pelo governo, setor empresarial e academia em um esforço coordenado para estabelecer a estratégia nacional. Esse trabalho envolve, além da ABDI, os Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Confederação Nacional das Indústrias (CNI).

"Estamos pensando na indústria do futuro e como iremos nos preparar para ela, uma indústria que já está se transformando mundialmente e vai modificar também o consumo e o perfil profissional. E não existirá indústria 4.0 se o governo não estiver aliado, trabalhando em conjunto com as empresas. Esse é o nosso papel, ajudar a entender o cenário e estabelecer rotas tecnológicas”, afirmou o presidente da Agência, Alessandro Teixeira na abertura do evento.

O secretário de Inovação e Novos Negócios do MDIC, Marcos Vinícius de Souza, explicou que o tema já está na pauta do governo brasileiro e que os modelos desenvolvidos em outros países, como Estados Unidos e Alemanha, estão sendo analisados. "A forma como a manufatura avançada é implementada não é algo padrão no mundo, cada país adota uma estratégia diferente, conforme suas necessidades e características. É importante que seja definido o que é a indústria de manufatura avançada para o Brasil.”

Os participantes do workshop, separados em grupos, debateram temas relacionados à implantação da manufatura avançada no Brasil como, tecnologia, recursos humanos, marco regulatório, mercado e cadeias produtivas. Debates semelhantes acontecerão em Porto Alegre, Florianópolis, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador e Recife.

O material gerado nesses encontros servirá de subsídio para a elaboração da política de governo, junto com o mapeamento de competências nacionais industriais, das necessidades de recursos humanos e de adequação do marco regulatório que já está sendo elaborado pela Agência.

O diretor geral da alemã Kuka Roboter, Edouard Mekhalian, presente no evento, acredita que a manufatura avançada será possível quando o país tiver empresas de engenharia de integração qualificadas com as diversas tecnologias. "Os vários conhecimentos devem estar agregados, é assim que funciona a manufatura avançada."

Também participaram do evento os secretários Desenvolvimento Tecnológico (Setec), Eron Bezerra, e de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped), Jailson de Andrade, do MCTI e o gerente executivo de Política Industrial na Confederação Nacional da Indústria (CNI), João Emílio.

Indústria 4.0

Os alemães usam o termo indústria 4.0 em função das três revoluções industriais já existentes. Essa atual, a quarta, é a fase em que as máquinas, baseadas em sistemas ciber-físicos, começam a tomar decisões de quando ligar, desligar ou de quando acelerar ou reduzir a produção no ambiente da manufatura. Enquanto o alemão chama isso de indústria 4.0, os americanos e os chineses chamam de manufatura avançada.

Essa nova fase da indústria tem o objetivo de criar fábricas inteligentes utilizando conceitos e tecnologias como: Internet das Coisas (IoT), big data, sistemas cyber-físicos, entre outros. Altamente necessária para a implantação deste conceito fabril é a integração da informação através de sistemas inteligentes, onde as máquinas têm capacidade de se comunicar com as outras e a informação é disseminada de maneira completa. Cada vez mais automatizada e controlada por robôs, exigirá profissionais com habilidades técnicas e interpessoais específicas e multidisciplinares.

(ABDI – 18/03/2016)