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Especialista aponta prioridades para
modernizar registro de patentes no Brasil

25/08/2016


Apesar de terem se passado 20 anos desde a criação da Lei de Propriedade Industrial, o Brasil está muito longe de ser uma nação efetivamente competitiva. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelam que entre 1996 a 2015 o número anual de pedidos de patente subiu de 18 mil para 33 mil, mas as concessões no mesmo período passaram de 5 mil para 4 mil por ano no país.

Na avaliação do empresário Pedro Wongtschowski, do Conselho de Administração do Grupo Ultra, não existe solução milagrosa para acelerar a concessão de patentes no Brasil, onde a aprovação dos processos demora mais de dez anos. Ele avalia que é preciso fazer uma revisão do modelo operacional do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), levando em conta algumas mudanças necessárias para simplificar o processo de concessão de patentes.

"A solução [para o problema de backlog no Brasil] deverá passar pela revisão no modelo de operação do INPI e abordar pelo menos quatro eixos centrais: desenvolvimento de pessoal; simplificação, otimização e digitalização dos processos; ampliação de cooperação internacional nos exames; e revisão da governança, autonomia e infraestrutura da gestão do INPI”, apontou o especialista.

Segundo Wongtschowski, muita coisa mudou desde a criação da Lei de Propriedade Intelectual, o que exige revisões na legislação. "As empresas brasileiras começaram a se internacionalizar; o país adotou uma moderna Lei de Inovação; as empresas inovadoras, as universidades e os ICTs (Instituições Científicas e Tecnológicas) passaram a buscar proteção de patentes; e as economias nacionais aumentaram o seu grau de integração. Apesar disto, somente mais recentemente o INPI passou a buscar ativamente uma agenda de modernização”, disse.

Na visão do empresário, avanços para a apropriação de invenções oriundas da pesquisa brasileira, como nas áreas de biodiversidade e agricultura, continuam sendo necessárias e demandam modernização do marco regulatório nacional. "O avanço da legislação precisa ser orquestrado com todas as partes interessadas e acompanhar as novas rodadas de negociações bilaterais e multilaterais de comércio das quais o Brasil participa.”

(Agência Gestão CT&I - 22/08/2016)