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Ambiente ruim do Brasil retarda inovação e atrasa Internet das Coisas

08/12/2016


Uma pesquisa encomendada pela Qualcomm e realizada pela IDC mostra que o Brasil ainda engatinha na fronteira tecnológica, notadamente em relação à Internet das coisas. Divulgado no dia 07 de dezembro, o Índice Qualcomm de Inovação da Sociedade revela que há bons projetos em diferentes campos, mas a execução é restrita e lenta.

Exemplos disso não faltam. Há inúmeros projetos relacionados de alguma forma as áreas de segurança, pública ou predial, mas eles são de pouca cobertura. Os projetos de cidades digitais seguem embrionários, com 80 dos 300 municípios previstos de alguma forma implementados.

Em transportes, há uma diversidade de abordagens pelos governos federal, estaduais e municipais, mas ainda assim controles e localização, ou mesmo o tempo estimado de chegada do próximo ônibus "são planos ainda distantes para a realidade da maioria das cidades brasileiras”.

Como resultado, o Brasil ficou mais ou menos onde estava no mesmo estudo feito no ano passado. Mediano entre os latinos, o país aparece menos preparado do que Argentina e México, mas um pouco melhor que Colômbia e Peru. Nenhum desses porém fica perto do topo do ranking, que tem Cingapura, Suíça, Estados Unidos e Reino Unido.

"A pesquisa aponta que 2,17% do PIB brasileiro é destinado a investimentos de TI e que as áreas-foco para essas aplicações são segurança, iluminação pública e transporte. A conclusão é que o Brasil possui bons planos de desenvolvimento, porém, os processos de execução precisam ser acelerados”, diz o estudo. Potencial existe. "Em relação ao cenário para implantação da Internet das Coisas (IoT), pode-se dizer que existe um grande potencial de crescimento no país, já que a atual proporção de investimentos é de apenas 0,76% do PIB.”

Os investimentos em hardware corporativo, por sua vez, representam 1,43% do PIB e nesse terreno estão os maiores investimentos do Brasil em internet das coisas – no monitoramento de frotas (US$ 875 milhões), em edifícios inteligentes (US$ 425 milhões) e nas operações de manufatura (US$ 411 milhões).

A Qualcomm sustenta que essa nova onda tecnológica pode trazer desenvolvimento e há sinais positivos no estudo. Por exemplo, entre os entrevistados corporativos aumento de 9% para 13%, em um ano, a parcela das empresas com implementação de IoT, sendo que 14% planejam implementar algum tipo de solução em até dois anos (5% nos próximos 12 meses e 9% entre 12 e 24 meses). Dos 17% que investiram em IoT em 2016, 13% fizeram alguma implementação nova, enquanto 4% aplicaram na extensão de projetos.

Pelo lado da demanda, também há indicadores favoráveis. "De modo geral, o índice mostra que os brasileiros continuam sendo grandes consumidores de tecnologia, com destaque para os smartphones, além de amplamente conectados às redes sociais.”

Mais do que isso, as entrevistas indicaram que 61% dos brasileiros adorariam comprar ‘smartwatches’, ou 36% querem ‘fitbands’. Também mediram que 52,7% adorariam ter um carro conectado. Mas tudo isso esbarra no custo. "O fator preço ainda influencia a decisão de compra”, diz a pesquisa no campo dos ‘vestíveis’, ou que os mesmos entrevistados ‘ainda aguardam uma estabilização do preço para realizar a compra’ de um carro conectado.

(Convergência Digital - 07/12/2016)