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As tendências de tecnologias que influenciarão os negócios em 2017

30/03/2017


Apresentada em março de 2017, a 16ª edição do TMT Predictions (Previsões em Tecnologia, Mídia e Telecomunicações, em português), estudo global da Deloitte sobre as tendências para o setor, traz novidades como a evolução da tecnologia "machine learning” - aprendizado de máquina - em diversas aplicações. A mais popular, aponta a pesquisa, está ligada aos smartphones. Com os novos recursos que analisam os hábitos dos usuários, telefones celulares serão capazes de aprender e implementar facilidades de navegação e funcionamento. Isso abrirá caminho para novos usos com o dispositivo.

Também foram apontados os resultados de aprendizado de equipamentos nos carros com sistema de frenagem automática, o AEB – Automatic Emergency Breaking. A Deloitte estima que, com esse recurso, dentro de 5 anos haverá uma redução de 16% no número de acidentes com veículos nos Estados Unidos em relação aos números previstos para 2017.

Além de carros que freiam sozinhos e de celulares inteligentes, o aprendizado de máquinas estará presente também em dispositivos como drones, equipamentos médicos e dispositivos de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês). "O Brasil tem um ativo importante, que é a capacidade de absorção da tecnologia. Comparados aos outros países da América Latina, assimilamos a inovação em maior volume e de forma rápida. No caso do movimento da Internet das Coisas, creio que o país sairá na frente em relação aos demais da América Latina. No âmbito do CFO, muitos processos que hoje são manuais serão passíveis de serem automatizados”, diz Marcia Ogawa, sócia-lider para o atendimento à indústria de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Deloitte.

Confira a seguir os destaques do TMT Predictions 2017.

TI-como-serviço

A maneira como a indústria de TI negociará e venderá seus produtos deve passar por mudanças, de acordo com o estudo da Deloitte. No formato TI-como-serviço, softwares e hardwares deixam de ser ativos da empresa e passam a ser comercializados como serviços. Em vez de adquirir equipamentos e programas, passíveis de desatualização, pagamento de licenças e taxas de atualização, as empresas poderão contratar tais recursos sob demanda, com flexibilidade de expansão ou encolhimento de acordo com o desempenho do negócio. Em 2016, os investimentos com TI-como-serviço para data centers e software em todo o mundo somaram US$ 361 bilhões. Até o final de 2018, esse número pode chegar a US$ 550 bilhões.

Leitura biométrica

Senhas de acesso, PINs e mecanismos como perguntas e respostas serão substituídos pela biometria. O levantamento indica que o número de dispositivos habilitados para a leitura de impressões digitais passará de um bilhão de unidades já nos primeiros meses de 2017. A pesquisa prevê também que até o final deste ano, 40% dos smartphones fabricados em países desenvolvidos já terão esta tecnologia. Segundo Marcia Ogawa, essas soluções biométricas podem ajudar muito o CFO, como ao oferecer maior segurança nas autenticações de documentos e transações.

5G: revolução em evolução

Maior velocidade, menor delay nas comunicações, menor consumo de energia e de dados, além de adaptação para dispositivos de Internet das Coisas. Estes serão alguns dos benefícios trazidos pela tecnologia 5G para a transmissão de dados e voz. O 5G segue em evolução, com a participação do Brasil nos grupos que estão definindo os padrões internacionais, e estará presente em projetos-pilotos já em 2017. Estima-se que smartphones com 5G, porém, só atingirão a popularidade em 2020.

Ciberataques em Terabits

Chamados de DDoS - Distributes Denial-of-Service - os ataques cibernéticos criminosos devem aumentar significativamente e será mais desafiador combatê-los. De acordo com a pesquisa da Deloitte, calcula-se que, em média, os ataques cheguem a um terabit em volume de dados por mês. Ou seja: uma média de ataques de 1,25 e 1,5 gigabit por segundo. O aumento no volume de ataques estará associado à grande quantidade de equipamentos pouco seguros ligados à Internet das Coisas, ao acesso a bandas cada vez maiores e velozes e também à disponibilidade online de softwares destinados a invadir computadores alheios de forma ilícita.

Navegação Indoor

Deslocar-se dentro de um shopping, localizar pessoas em um prédio e encontrar o carro na garagem subterrânea. Estes são alguns exemplos da Navegação Indoor, ou seja, que pode ser feita com eficácia em locais fechados, onde o sinal via satélite, que orienta os GPSs em ambientes externos, funciona de forma precária. A partir de 2022 pelo menos um quarto dos equipamentos e sistemas desse tipo de navegação deverá trazer esta tecnologia. Atualmente, dispositivos como esses não chegam a 5% em todo o mundo. Já existem startups brasileiras que apresentam dispositivos e soluções de navegação indoor. Desta maneira, a Deloitte acredita que as estas aplicações poderão surgir em nosso país rapidamente. Governos, empresas e consumidores se beneficiarão da tecnologia.

Tablets em declínio, a volta do vinil e publicidade na TV

No páreo com as TVs e smartphones, os tablets atingiram o ápice de vendas e tendem ao declínio. Em 2016, foram comercializados 182 milhões de aparelhos. Espera-se que em 2017 esse número caia aproximadamente 10%. Enquanto isso, a indústria do nostálgico disco de vinil cresceu. Pela primeira vez desde o início dos anos 2000, o mercado movimentou US$ 1 bilhão em todo o mundo. Nada indica, porém, que esse faturamento superará o das plataformas digitais no segmento musical. No âmbito da publicidade na TV, a pesquisa aponta que em 2017 as receitas deverão se manter estáveis no mercado americano. A notícia pode ser considerada boa, tendo em vista a competição com os meios digitais.

Inteligência artificial

Em 2017, mais de 300 milhões de smartphones terão inteligência artificial. Esta funcionalidade irá melhorar as aplicações, incluindo a navegação interior, a classificação de imagens, a realidade aumentada, o reconhecimento de voz e a tradução de idiomas, mesmo quando há pouca ou nenhuma conectividade celular ou wi-fi, como em áreas remotas, subterrâneas ou aviões. Onde houver conectividade, a inteligência artificial poderá permitir que as tarefas sejam feitas melhor, mais rapidamente, e com mais privacidade.

(Valor - 30/03/2017)