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Inovação melhora gestão de segurança e saúde na
indústria

02/08/2018


A construtora catarinense Pasqualotto está construindo o maior edifício da América Latina: duas torres de 280 metros em Balneário Camboriú (SC). O complexo residencial, que será concluído em 2020, já está com 56 andares – de um total de 81 – e, à medida que a construção fica mais distante do solo, aumentam os riscos de acidentes. Para garantir mais segurança aos 300 trabalhadores envolvidos na obra, a empresa aposta em uma tecnologia pioneira de inteligência artificial que monitora em tempo real riscos no canteiro de obras.

Conhecida como SEIF (sigla para Segurança, Informação e Formação), a tecnologia é composta por sensores embutidos em capacetes de trabalhadores que mapeiam situações de risco no ambiente de trabalho. As informações captadas são enviadas a um aplicativo acessível aos gestores de segurança e saúde da empresa para a tomada de decisão em tempo real. Entre os riscos avaliados pela tecnologia está a entrada de empregados não-autorizados em áreas de serra e vergalhões. "Os gestores poderão acompanhar instantaneamente os riscos por smartphone e impedir o acesso a essas áreas”, explica o diretor da construtora, Alcino Pasqualotto.

Desenvolvida pelo Centro de Inovação em Tecnologias para a Saúde do Serviço Social da Indústria (SESI), a SEIF está em fase de testes. Sua função principal é reforçar a gestão presencial de técnicos de segurança do trabalho. "Além de contribuir para atender aspectos legais de segurança e saúde no trabalho, a tecnologia mapeia o comportamento dos trabalhadores na obra e, em caso de irregularidades, verifica a necessidade de treinamentos”, explica Marcelo Tournier, diretor do Centro de Inovação do SESI. Segundo ele, construtoras e empresas de mineração e siderurgia também estão de olho na inovação, que será disponibilizada no mercado ainda neste ano.

Projetos tecnológicos, como a plataforma SEIF, são desenvolvidos nos oito Centros de Inovação implantados pelo SESI. Pesquisa realizada pela entidade mostra que, para 76,4% dos gestores, a importância dada pela indústria brasileira ao tema crescerá nos próximos cinco anos. "Todo esse aparato tecnológico à disposição da indústria segue a tendência de atenção crescente do setor em relação à segurança e à saúde no trabalho”, afirma o diretor de Operações do SESI, Paulo Mól. Segundo ele, esse interesse se deve não apenas à necessidade de atendimento das exigências legais, mas também porque o cuidado com o trabalhador melhora a competitividade das empresas ao reduzir afastamentos, além de refletir positivamente também no clima organizacional, na reputação e na imagem institucional.

Para apoiar indústrias em desafios de segurança e saúde no trabalho, o SESI criou um canal em que empresas podem solicitar apoio da instituição em projetos de melhoria da saúde do trabalhador e do ambiente de trabalho. Interessados podem acessar a página da Plataforma Nacional de Soluções SESI, inserir os dados da empresa e descrever problemas a serem solucionados por um dos oito Centros de Inovação do SESI.

Plataforma de Inteligência - As inovações geradas nos Centros de Inovação do SESI em parceria com indústrias em todo o Brasil estão conectadas ao SESI Viva+, plataforma de inteligência que apoia gestores na melhoria da gestão de segurança e saúde no trabalho e estimula trabalhadores a criar hábitos saudáveis. Nela estão reunidos dados sobre saúde e hábitos dos trabalhadores, notícias e artigos sobre gestão de segurança e saúde no trabalho, assim como adoção de hábitos saudáveis e informações sobre serviços para as empresas.

Entre os benefícios oferecidos está a gestão de dados de segurança e saúde no trabalho para o eSocial, sistema que envia ao governo informações unificadas relativas a relações trabalhistas. Empresas cadastradas no SESI Viva+ receberão um sistema com todos os programas legais parametrizados conforme exigências do eSocial, com módulos de análise de riscos, saúde e segurança no trabalho, entre outros. "Embora a inserção de dados relativos à segurança e saúde do trabalho no eSocial seja obrigatória somente a partir de 2019, é importante que as empresas se preparem desde já para as mudanças”, alerta Paulo Mól.

Com a ferramenta, as indústrias poderão monitorar melhor afastamentos por doenças, acidentes de trabalho e indicadores que impactam o fator acidentário de prevenção (FAP), índice que integra o cálculo de contribuição de incidência de afastamentos acidentários. Outra novidade é o acompanhamento on-line da gestão de segurança e saúde no trabalho na cadeia de fornecedores, já que empresas têm responsabilidade subsidiária em relação a empregados terceiriza- dos. O acesso ao SESI Viva+ pode ser feito por meio do seguinte endereço: www.sesivivamais.com.br/.

(Agência de Notícia CNI - 20/07/2018)