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Representantes das entidades científicas alertam para o corte das verbas no setor

13/08/2018


Depois de um hiato de quase dois anos, o Palácio do Planalto voltou a receber uma reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), na manhã do dia 1° de agosto. Em meio a pouco mais de uma centena de representantes das principais entidades do setor e convidados, o presidente Michel Temer ouviu principalmente reiterados pedidos para que o governo intervenha para evitar cortes de verbas no setor. Os representantes reivindicaram a recuperação dos recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que abastecem as linhas de fomento da Finep para projetos de inovação e pesquisa científica e tecnológica em universidades, institutos e laboratórios públicos, bem como empresas privadas, e também atue para impedir os cortes previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) referente ao ano de 2019.

Os cientistas e executivos presentes à reunião reivindicaram medidas que impeçam o contingenciamento de recursos do FNDCT e de outros fundos setoriais, como o Funtell (da área de telecomunicações). O bloqueio na liberação das verbas referente a este ano, determinado pela área econômica do governo, reduziu drasticamente as aplicações nos programas de pesquisas que dependem de recursos públicos. ”Muitos de nossos laboratórios estão em situação de sucateamento e jovens pesquisadores estão indo embora do país em busca de oportunidades que não tem com as indefinições e falta de recursos dos programas”, disse o presidente da Academia Brasileira de Ciência (ABC), Luís Davidovich. Em seu encontro com o Presidente da República, Davidovich entregou-lhe o documento "Projeto de Ciência para o Brasil”, com propostas para o fortalecimento de políticas públicas e setores estratégicos para o desenvolvimento nacional, que também está sendo está sendo levado aos candidatos à presidência nas eleições de outubro.

O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu Moreira, também entregou a Temer documentos produzidos pela entidade com propostas para o setor, como o "Políticas Públicas para o Brasil que Queremos” e o "Manifesto SBPC em defesa da CT&I, da Educação, do Desenvolvimento Sustentável e da Democracia no País”, que reúnem as principais demandas do setor de ciência, tecnologia e inovação e também das áreas de educação, direitos humanos, comunicações e saúde a serem levadas aos candidatos das próximas eleições. Outro documento entregue por Moreira foi a moção da Assembleia Geral da SBPC sobre a Lei de Reforma do Ensino Médio, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio e o cumprimento das metas do Plano Nacional Educação. "A educação científica básica é fundamental e a proposta BNCC do Ensino Médio precisa ser rediscutida de forma mais ampla e profunda”, salientou Moreira.

(FINEP - 03/08/2018)